Precisamos Praticar o Amor
Rev. João Duarte, 10 Fevereiro 2000.
No dia 14 de Fevereiro, milhões de pessoas celebrarão o Saint Valentine's Day. (Traduzido para português: O dia de honrar o amor entre os casais). É costume, neste dia, enviar cartões e presentes para mostrar a apreciação que sentimos para com aqueles que amamos. Os cartões geralmente estão enfeitados com corações para representar o amor.
Segundo a tradição, este dia originou numa festa antiga dos Romanos chamada Lupercalia. Nesta ocasião especial, celebrada no dia 15 de Fevereiro, os homens e mulheres jovens de Roma escolhiam os seus parceiros para o novo ano usando a loteria. Gradualmente esta festa começou a ser associada com outra festa feita no dia 14 de Fevereiro, a qual celebrava a vida dos dois mártires, ambos chamados pelo mesmo nome de Saint Valentine, os quais viveram no terceiro século depois de Cristo. Tradicionalmente, Saint Valentine, era conhecido como o padroeiro dos namorados. Este dia também está associado com a lenda que os pássaros escolhem os seus parceiros nesta data.
Nem todas as tradições são más e, mostrar a nossa apreciação pelos outros, é uma delas. Infelizmente, o que é começado com boas intenções é degenerado por outros para os seus interesses egoístas. Os comerciantes, além da celebração do Natal e da Páscoa, também têm transformado o dia do Saint Valentine para um negócio fabuloso. O resultado é que o propósito da festa perde o seu sentido porque as pessoas ficam escandalizadas quando vêem os negociantes aproveitarem-se da ocasião.
Será que devemos mostrar amor pelos nossos queridos? Pois claro que sim! E não só num dia do ano, mas todos os dias. Na época em que vivemos, o divórcio é mais popular do que o casamento. Isto nos mostra que há falta de amor, especialmente na relação conjugal. Os conflitos e maus entendimentos não são resolvidos simplesmente num dia do ano com flores e um cartão mostrando a figura de um coração adornado com umas palavras amorosas. Nem é as orações feitas ao padroeiro dos namorados, Santo Valentino, que irá trazer harmonia e reavivar as chamas de amor.
Practicar o amor deve ser feito todos os dias, especialmente entre os casais. E porquê? Há várias razões. Primeiro, amar o nosso próximo é o maior e mais sublime dos mandamentos de Deus (Mateus 22:37-39). Quem é o nosso próximo? Esta foi a pergunta que o Fariseu fez a Jesus. A resposta que Ele lhe deu ao contar a história do bom Samaritano, significa que o nosso próximo são todos quantos estão à nossa volta incluíndo ainda mesmo os nossos inimigos (Lucas 10:25-37). Portanto, o nosso próximo são todas as pessoas e, especialmente, aqueles mais próximas de nós: a nossa família. Quantos há que manifestem o seu carinho aos de fora e maltratam os que estão mais chegados: o marido ou a esposa. Tal procedimento não faz senso e, aos olhos de Deus, é abominável.
Segunda, devemos amar o nosso próximo porque o mandamento diz: "amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mateus 22:39). Qual é a pessoa que não gosta que a tratem bem? Portanto, se queremos que os outros nos amem, embora sejamos imperfeitos, devemos também fazer o mesmo para com eles. Deus ordena que o marido ame a sua esposa da mesma maneira como "Cristo amou a Igreja" (Efésios 5:25). Como é que Cristo amou os pecadores? Ele amou-os dando a Sua própria vida por eles despeito dos seus defeitos. Nos nossos dias os maridos e as esposas demandam que para permanecerem casados, tem que haver perfeição conjugal. O resultado é que, como ninguém é perfeito, os casamentos nem duram um ano. E, às vezes, nem duram meses. Se estes maridos e esposas tivessem a coragem de olharem primeiro para si mesmos, veriam que tal requerimento não faz senso. Como é que uma pessoa pode requerer perfeição da outra se ela mesma é imperfeita? No entanto, Deus que é perfeito, nos deu o exemplo como devemos amar o próximo: "Mas, Deus prova o seu amor para connosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5:8).
Terceira, devemos amar o nosso próximo porque, quem não ama, não pertence a Deus, mas ao diabo. Em João 4:7 lê-se o seguinte: "Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de Deus, e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor" (I João 4:7-8). A razão principal que nos nossos dias os casamentos acabam em divórcio é porque as pessoas não temem a Deus e nunca nascerem de novo. Quem ama a Deus, também ama o seu próximo.
Quarta, devemos amar sempre o nosso próximo incondicionalmente, porque o que semeamos um dia também ceifaremos. Nunca se deve pagar o mal com mal. Deus diz: "A ninguém torneis mal por mal...Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem" (Romanos 12:17,20-21). Infelizmente, os casais nos nossos dias pensem que a única maneira de resolver uma ofensa é através da vingança. Se um diz uma palavra má, o outro diz duas piores. Se um gastou o dinheiro mal gasto, o outro tem que fazer o mesmo. Se o marido vai para a taberna, a esposa pensa que também tem o mesmo direito. Se o marido é infiel, a esposa não se importa e arranja o primeiro que lhe der atenção. A vingança é um circulo de maldade que só aumenta o ódio e acaba por destruir a pessoa a pessoa que o tem e os outros à sua volta. Quem se vinga, nunca é feliz. Deus não pode dar paz nem alegria onde o ódio habita. Mas quem ama os que lhe fazem mal, terá a recompensa de Deus. A sua consciência estará limpa e dormirá descansada sem temer o castigo de Deus.
Concluindo o nosso tema. Há falta de amor porque as pessoas não conhecem nem estão gratas pelo o amor que Deus têm para com elas. Jesus disse: "O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando" (João 15:12-14). Todos aqueles que aceitam pela fé o sacrifício que Jesus fez para os salvar dos seus pecados estarão prontos a amar os outros que também são imperfeitos como eles. E porquê? Porque eles estão gratos pela misericórdia e salvação que Deus lhes deu.
Portanto, caro leitor, se tem dificuldade amar o seu próximo e, possívelmente, o seu cônjuge, olhe para Jesus com fé e Ele encherá o seu coração do amor divino. Jesus disse: "sem mim nada podereis fazer" (João 15:5). Muitos gostavam amar, mas não conseguem porque Cristo não habita nos seus corações. Só Jesus nos pode dar o poder para amar. O amor nunca falha, mas quem tem ódio perderá tudo, incluindo a sua alma.